domingo, 13 de maio de 2012

Prioridade superficial


Este é o século mais superficial e acelerado da História. Fazemos tantas coisas no nosso cotidiano, mas desejamos mais que 24 horas. Entretanto, de forma generalizada, não temos tempo para nossos pais, para nossos amigos, para Deus. Na primeira oportunidade, usamos a internet e suas redes sociais como uma rede onde descansamos do dia, mas ao mesmo tempo, recebemos um tsunami de informações. Fotos postadas, comentários recebidos, eventos marcados e conversas instantâneas nos viciam. Laços virtuais, tão rápidos e frágeis, acelerados e exigentes. Nosso tempo corre, e o que sobra é entregue nas mãos da superficialidade.
Na vida social, temos exigido rapidez, tanto nos resultados quanto nos processos. Chegamos ao ponto de postar fotos das nossas atividades de forma quase instantânea e de expressarmos nossos sentimentos publicamente, sem nenhum pudor; ao dizermos ‘’você AINDA não se decidiu, ou, AINDA não resolveu aquele problema’’ denota a mesma característica. Vivemos num século de tempo escasso, o que nos faz exigir rapidez e agilidade em tudo, e nos rouba o dom da paciência.
Sendo assim, tendemos a acreditar que os relacionamentos e as interações superficiais da nossa sociedade são suficientes, e a nos relacionar com Deus da mesma forma. Porém é importante levar em conta a natureza de Deus, totalmente diferente da nossa. Esse é um assunto sobre o qual eu poderia colocar diversos versículos, mas como não é nosso foco, um basta:

E nós conhecemos, e cremos no amor que Deus nos tem. Deus é amor, e quem permanece em amor, permanece em Deus, e Deus nele. 1 João 4:16

Se Deus é amor, e é espírito (João 4:24), não podemos nos relacionar com Ele como nos relacionamos com qualquer um pelo simples fato de Ele não ser qualquer um! Quantas vezes paramos nossas atividades tranquilamente (ou seja, sem pensar no que temos que fazer depois) como fazemos quando estamos com os amigos, e dispomos nosso tempo a Ele? E quantas vezes limitamos Deus, impondo, às vezes até inconscientemente, uma pequena parcela do nosso tempo?
Temos que dormir 8 horas por dia, estudar para a prova do dia seguinte, comprar o presente do dia das mães, estar sempre preparados para fazer tudo com a excelência que o mundo quer e espera, resolver aquele problema no banco, sair com nossos amigos... Com certeza, vivemos num período de avalanche social, no qual parece que tudo que fazemos não é o bastante. Porém nunca será, porque quem não pertence a esse mundo não pode agradá-lo. Logo, não devemos priorizar no nosso coração os padrões do mundo, e sim, os de Deus.

Se fosseis do mundo, o mundo amaria o que era seu; mas porque não sois do mundo, antes eu vos escolhi do mundo, por isso é que o mundo vos odeia. João 15:19

Mas, já que tudo que tenho escrito até aqui vale para mim também, eu pessoalmente fico pensando no que Deus faria na minha vida se eu O deixasse livre para agir no tempo que eu acho que possuo, mas que na realidade não posso reter. Creio que seria possível conhece-Lo mais profundamente; ter experiências intensas não só em acampamentos cristãos, cultos ou vigílias, mas TODO O DIA, seja cantando louvores pela rua, discipulando vidas diariamente ou lendo Sua palavra no ônibus. Seria possível entender mais sobre Ele do que nosso coração pode imaginar, pois o padrão Dele seria prioridade total. E finalmente, nossas vidas não girariam mais em torno de atividades; colocando Deus como prioridade naquilo que consideramos tão valioso – o tempo – cada dia giraria cada vez mais em torno do nosso relacionamento com Ele. Dias que ainda estão por vir... Então aqui fica um versículo de reflexão sobre esse assunto:

E não vos conformeis a este mundo, mas transformai-vos pela renovação da vossa mente, para que experimenteis qual seja a boa, agradável e perfeita vontade de Deus. Romanos 12:2