É lindo ver como a Palavra de Deus se completa e se complementa. O que certa vez Paulo disse está ao mesmo tempo pode estar sendo exemplificado pelos salmos de Davi, ou até mesmo demonstrado nas palavras que o próprio Jesus disse de acordo com relatos do evangelho de Mateus, Marcos ou João.
Podemos nos aproveitar desse fato para aprender mais e mais sobre Deus, que é fonte do alimento espiritual! Certa vez me deparei com uma dúvida, de origem teológica. Não soube responder no princípio, mas a Bíblia foi o lugar onde eu encontrei a resposta. A questão se relacionava à salvação de pessoas que nunca ouviram falar de Jesus, que nunca tiveram contato com pastores ou missionários nesse mundo afora. Sei que é forte perguntar isso, mas de verdade: não seria injusto da parte de Deus condenar aqueles que não tiveram a oportunidade de crer em Cristo durante as suas vidas?
Então vamos à Palavra de Deus =D
Em Romanos 1:19-21, diz que “pois o que de Deus se pode conhecer é manifesto entre eles, porque Deus lhe manifestou. Pois desde a criação do mundo os atributos invisíveis de Deus, seu eterno poder e sua natureza divina, tem sido vistos claramente, sendo compreendidos por meio das coisas criadas, de forma que tais homens são indesculpáveis; porque, tendo conhecido a Deus, não o glorificaram como Deus, nem lhe renderam graças, mas os seus pensamentos tornaram-se fúteis e o coração insensato deles obscureceu-se.”
Acho que nessa explicação, Paulo deixa bem claro e “põe tudo em pratos limpos”. O desejo de Deus foi se fazer conhecido para nós através da sua criação. O complexo funcionamento do corpo humano, a delicadeza de uma flor, o mistério natural no comportamento de cada animal e todas as características físicas e químicas deste universo apontam para Um, que ao mesmo tempo é arquiteto, inovador e criativo. É Deus que se fez visível no nosso mundo. Como disse anteriormente, esse trecho de romanos pode se complementar com salmos 19:1, que diz que “Os céus proclamam a glória de Deus e o firmamento anuncia a obra das suas mãos”.
Então a idéia é bem simples: Deus na sua criação pretendia abrir nossos olhos para que pudéssemos vê-lo no que é visível. Se não o vemos, e continuamos no caminho de vida separado Dele, aí sim somos culpados, pois não cremos no que podemos ver. Aí vemos que Deus não é injusto, como parecia antes, lá no primeiro parágrafo. Tomando a noção de justiça como dar alguém aquilo que este merece, como se subentende em Romanos 3: 21-22 “Mas agora se manifestou uma justiça que provém de Deus, independente da Lei, da qual testemunham a lei e os profetas, justiça de Deus mediante a fé em Jesus Cristo para todos os que creêm.“ Ou seja, Deus é justo pois traz salvação aqueles que creêm; o crer no nosso coração traz o merecimento de justiça. Cuidado aqui, pois estou falando de se merecer a justiça e não a salvação, a qual é INTEIRAMENTE pela graça do Pai.
Nós, porém, preterimos acreditar na nossa racionalidade e julgar a Deus à encarar a falta que Ele faz. Permanecemos de cabeça erguida, com pose de força e coragem, mas inseguros, medrosos e carentes por dentro. Porque no fundo, em todo coração humano tem uma lacuna, a qual só um homem em toda história desse mundo pode preencher.
